Os dias que antecediam a viajam pareciam
meses e os meses pareciam anos de tanta que era a vontade de fugir à rotina do
trabalho e das notícias negativas que assolavam diariamente o nosso país.
Tínhamos dias em que a ansiedade tomava conta de nós… ligávamos o computador e
verificávamos quais os pontos turísticos de maior enfoque no meio de uma cidade
equiparada a uma montra arquitetónica, onde cada esquina da cidade transborda
simetrias perfeitas, verificávamos as zonas mais seguras, analisávamos hotéis
situados em pontos estratégicos, transportes disponíveis e zonas onde
poderíamos almoçar/jantar.
Durante meses devoramos
informação sobre a cidade, até que aos poucos começou a desenhar-se o nosso
roteiro turístico. Nele constavam os locais a visitar em cada dia e as zonas que
deveríamos evitar, as formas mais rápidas e económicas de chegar a um
determinado ponto, e assim conseguimos poupanças relevantes com o estudo
aprofundado e intrínseco à cidade.
Foi tudo meticulosamente
calculado até que a 13 de Novembro de 2015 (4 dias antes da viagem) sucedem-se
os múltiplos ataques em várias zonas de Paris, a cidade mergulhara num clima de
terror nunca antes visto em solo francês após a segunda grande guerra, a França
estava em alerta máximo, os media informavam que havia a possibilidade da
França fechar as fronteiras e que as pessoas poderiam ficar retidas no seu
território, o inimigo não tinha rosto e poderia surgir em cada esquina. Estas
noticias caíram-nos que nem balde de água fria, o medo começou a tomar conta de
nós, para piorar os nossos familiares começaram a demonstrar a sua preocupação
fazendo força para cancelarmos a viagem. Pensamos várias vezes em cancelar tudo
e esquecer o dinheiro que já tínhamos aplicado em pagamentos pela internet (Disneylândia,
Torre Eiffel, viagem de avião, hotel, entrada no palácio de Versalhes…). As
nossas vidas eram mais importantes do que um simples prazer que poderia ser
feito em outra ocasião.
Nos três dias que faltavam para a
viagem seguíamos com atenção as notícias que abriam os telejornais, «…a
primeira vítima do atentado foi um português…», «…um dos bombistas suicidas era
filho de uma portuguesa…» Até que uma noticia se destacara, «François Hollande mobilizou
o exército francês e as forças policiais para patrulhar as ruas da cidade de
forma a garantir a segurança dos cidadãos franceses e estrangeiros junto dos
monumentos principais», foi um alívio, podemos dizer. Ponderamos os prós e os
contras e no final decidimos manter a viagem, e sabem que mais, não ficamos
nada arrependidos, Disneylândia, Torre Eiffel, Louvre, Sacre de Coeur, La
Defense, Palácio de Versalhes, Notre Dame aguardavam-nos de braços abertos…
Eram 4h da madrugada quando nos
levantamos após umas horas fingidas de sono, o céu ameaçava chover e lá fomos
nós em direção ao aeroporto Francisco Sá Carneiro, havia um nervoso miudinho em
ambos, mais da minha parte porque era a primeira vez que andava de avião, e
numa altura em que o terrorismo era destaque na europa o medo tomou conta de
mim!
A viagem de avião até foi tranquila… uma
viagem recheada de nuvens que se assemelhavam a bocados de algodão ao longo de um
mar infinito até que por entre as mesmas começavam a aparecer bocados de campos
verdejantes da França que se perdiam de vista ao longo do horizonte, era um
cenário deslumbrante…
Ao chegar ao Aeroporto de Beauvais
(França) sentimos que o frio português em nada se comparara ao frio francês, era
uma brisa bastante gélida… A segurança no aeroporto era extremamente rigorosa… haviam
soldados do exército francês em pontos estratégicos preparados para qualquer
cenário!
Após passarmos por várias secções
de segurança entramos no autocarro que nos levaria a Paris. A viagem de
autocarro deu-nos um primeiro impacto negativo… havia lixo acumulado ao longo
das bermas das estradas que em nada correspondiam à imagem que tínhamos do
país, claro que lixo há em todo o lado, mas comparado às nossas estradas era um
exagero!
À medida que nos aproximávamos de
Paris esse impacto negativo começou a desvanecer e começávamos a ficar rendidos
a uma beleza idílica: edifícios únicos recheados de história, árvores em todos
os quarteirões, pessoas que circulavam de bicicleta de um lado para o outro… que
corriam ao longo dos passeios. Por uns minutos esquecemo-nos mesmo do clima de
alerta que a França vivia! Porte Malliot era o nosso destino e depois seguia-se
uma viagem de metro até ao hotel. Aqui começou a nossa aventura em solo Francês…
uma viagem inesquecível e que resolvemos retratar um pouco dela no vídeo que se
segue! Não percam!
Obrigado por visitarem o nosso blogue! Não se esqueçam de o subscrever!
Sem comentários:
Enviar um comentário