domingo, 1 de junho de 2025

Estrelas do PSG e Dinheiro ao Vento

Ontem o Paris Saint-Germain escreveu finalmente uma página dourada na sua história ao conquistar a Liga dos Campeões — e fê-lo sem Neymar, Messi ou Mbappé. Sem os nomes que costumavam ser o centro das atenções, o PSG provou que para se jogar bem e vencer, não é preciso ter estrelas, mas sim ter equipa.

Para mim, esta vitória tem um sabor especial. Mostra que a humildade ainda vale mais do que a vaidade. Durante anos o clube apostou em nomes sonantes, acreditando que o talento individual resolveria tudo. Mas o futebol é colectivo. Hoje venceu o espírito de sacrifício, a entrega, o jogar uns pelos outros, sem egos nem protagonismos. Venceu a vontade de quem veste a camisola com orgulho e corre até ao fim.

É um lembrete bonito de que o verdadeiro brilho vem de dentro. E que, por vezes, quando deixamos a vaidade de lado, é aí que as maiores vitórias acontecem.


quinta-feira, 15 de maio de 2025

CHEGA: A Voz da Contestação e da Renovação Política em Portugal

Nos últimos anos, o partido CHEGA tem emergido como uma das forças políticas mais discutidas em Portugal. Fundado em 2019, sob a liderança de André Ventura, o partido posiciona-se como uma alternativa firme ao sistema político tradicional, captando a atenção de uma parte significativa do eleitorado que se sente desiludida com os partidos tradicionais.


Para muitos dos seus apoiantes, o CHEGA representa a coragem de dizer o que os outros não dizem. Com um discurso direto e assertivo, o partido tem abordado temas como a segurança, a justiça, a corrupção e a imigração com uma franqueza que, para alguns eleitores, há muito fazia falta na política portuguesa.


Um dos pontos centrais da narrativa do CHEGA é a luta contra a corrupção e o desperdício no setor público. A defesa de penas mais severas para crimes de colarinho branco e o apelo a uma justiça mais célere são bandeiras que ressoam entre cidadãos frustrados com a perceção de impunidade das elites políticas e económicas.



A nível económico, o CHEGA defende uma maior liberdade de mercado, redução da carga fiscal e valorização do mérito individual. Essas propostas atraem particularmente pequenos empresários e contribuintes que se sentem sobrecarregados pelo sistema atual.


No plano identitário, o partido sublinha a importância da cultura e soberania nacional, apelando a um modelo de integração que defende a preservação dos valores e tradições portuguesas. Para os seus simpatizantes, esta posição oferece uma resposta a receios relacionados com a globalização e a perda de identidade.


Independentemente das opiniões divergentes que desperta, o crescimento do CHEGA evidencia uma vontade de mudança expressa por uma parte relevante da sociedade portuguesa. Com presença consolidada na Assembleia da República e cada vez mais impacto no debate público, o partido demonstra que há um eleitorado disposto a apoiar uma agenda que promete romper com o status quo.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

O dia em que morreu Ayrton Senna

 Era 1 de maio de 1994, um domingo como tantos outros, mas com um peso no ar que ninguém sabia explicar. No Café Azenha, onde costumávamos assistir às corridas, reinava o entusiasmo habitual. As cadeiras estavam todas ocupadas, os cafés fumegavam nas mesas, e os olhos estavam fixos na televisão. Ayrton Senna, o nosso herói, estava prestes a correr mais uma vez. Mal sabíamos que aquela seria a última vez que o veríamos ao volante.

Logo na sétima volta do Grande Prémio de San Marino, o silêncio abateu-se sobre a sala. Aquele silêncio ensurdecedor que acontece quando algo terrível se passa. O carro de Senna embateu com violência contra o muro na curva Tamburello. Ficámos todos petrificados, com as mãos a cobrir as bocas. Lembro-me de alguém sussurrar:
— Não pode ser... Ele vai levantar-se, não vai?

Os minutos que se seguiram pareceram horas. Na televisão, as imagens mostravam os paramédicos a correrem, o helicóptero a preparar-se para o transporte. Mas algo no rosto de quem estava lá dizia que o pior tinha acontecido. Quando a notícia foi confirmada, o Café Azenha ficou num silêncio profundo, quase religioso. Não havia palavras, apenas lágrimas nos olhos de quem compreendia que o mundo tinha acabado de perder alguém especial.

Mais tarde, vi uma reportagem na televisão com Adriane Galisteu, a namorada de Senna. Ainda em choque, ela tentava encontrar forças para falar. Com os olhos marejados, confessou:
— Quando soube, recusei acreditar. Liguei para todos que conhecia, como se uma confirmação diferente fosse mudar o que já sabia no coração.

Fez uma pausa, como se revivesse o momento, e acrescentou:
— Ayrton dizia-me muitas vezes: “A vida é curta, mas deve ser vivida com paixão.” Ele viveu assim, mas deixou-nos demasiado cedo.

Aquelas palavras ecoaram na minha mente por dias. No Café Azenha, nos dias que se seguiram, falava-se de Senna como se fosse da família. A dor era quase pessoal, mas havia também gratidão por tudo o que ele nos deu. Ayrton Senna não era apenas um piloto; era o símbolo de um sonho maior, de coragem e inspiração. E, mesmo naquele momento trágico, sentimos que ele nunca nos deixaria completamente.